segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O PEQUENO PRÍNCIPE


O Pequeno Príncipe


          O que dizer de O Pequeno Príncipe? Toda a história gira em torno do principezinho, porém vejo que o narrador-personagem se esconde atrás daquele, e todas as reflexões do pequeno príncipe são, na verdade, um desabafo do narrador-personagem, que, a certa altura da vida, se sente frustrado por não ter feito o que realmente queria.
          Como chego a essa conclusão?
          Logo no início da história somos surpreendidos por uma verdade indubitável: as pessoas adultas não fazem uso de sua imaginação, vêem apenas o que parece ser, mas nem tudo que parece, é!
          E é aí que devemos ter cuidado! Quando uma criança te pergunta alguma coisa, pense muito bem o que responderá, pois ela começa a criar valores a partir dessas conversas. A história nos mostra o quão relapsos e, às vezes, ignorantes somos quando respondemos qualquer coisa às perguntas delas, sem nos importar com o peso e valor que nossas palavras terão.
         Em O Pequeno Príncipe, parece-me que o narrador deixa transparecer a sua decepção por não ter sido pintor, e ter se tornado o que era conveniente à época e/ou às pessoas.
         Fico imaginando quantos sonhos infantis, nós, adultos, não “podamos” antes mesmo de florescer! E ainda mais agora, nesses tempos de tecnologia avançada, vivemos ‘colocando’ preocupações na cabeça das crianças e a infância vai-se sem perceber. Será que não há mais tempo para ser criança?!
         Antoine de Saint-Exupéry usa o Pequeno Príncipe para nos abrir os olhos, os olhos do coração. Talvez ele, Saint-Exupéry, tenha descoberto, a tempo, que não importa-nos a idade, lembrou-se de que um dia fora uma criança e encontrou preservados, em algum lugarzinho dentro de si, sentimentos próprios do universo infantil como ingenuidade, pureza e curiosidade, assim percebera que tudo valera a pena.
         O que mais chama a atenção nesse livro são os valores que ele transmite. Em determinado capítulo, vemos o quão superficiais são as pessoas adultas, por se importarem tanto com a aparência de seus semelhantes deixam de estabelecer relações significativas e duradouras.
         Sinto um tom de pesar quando o narrador, metaforicamente, nos diz que esquecemos que um dia fomos criança, e que conseguíamos até desenhar, porque deixamos de fazer coisas de criança. Que pena! Os sentimentos de criança também se foram! E se lamenta por ser, talvez, um pouco igual aos outros adultos.
         As crianças dão valor a tudo que tem significado para elas, não importando a aparência, pois “o essencial é invisível aos olhos!”, e elas usam a imaginação.
         E você? Tem usado sua imaginação? Tem percebido o que é essencial ou tem procurado enxergar o invisível?
         As crianças são especiais demais para serem decifradas em apenas um livro ou numa simples análise.
        O Pequeno Príncipe nos surpreende quando valoriza demasiadamente uma rosa. Essa rosa parece ser insignificante, quando ele encontra milhares de rosas, mas para a sua surpresa, a raposa, muito sábia, explica-lhe que se ele a cativou então é responsável por ela, e por isso cada um é único para o outro. O tempo que passaram juntos foi suficiente para tornarem-se importantes um para o outro.
         E você? O que e quem tem cativado? Tem passado tempo suficiente para se tornar importante para alguém ou para fazer com que alguém se sinta importante para você?
        O Pequeno Príncipe me cativou, agora é a tua vez! Deixe-se cativar por esse principezinho que representa tudo que há de bom, ou seja, todas as crianças do mundo.

Referência do livro: SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O Pequeno Príncipe. Tradução: Dom Marcos Barbosa. 48 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2009.

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