sábado, 9 de junho de 2012

ELES QUE NÃO SE AMAVAM

Eles que não se amavam

O título já nos dá uma pista de como essa história terminará. Mas antes de saber o final precisamos pensar sobre tudo o que aconteceu com nossas personagens, duas crianças, que se odeiam.
Alberto e Bernardo não se suportam, quem gosta de um não pode nem pensar em gostar do outro. Esse sentimento acaba tomando conta não só de ambos, mas como de sua família toda, e aqui fico imaginando a intolerância transmitida de pais para filhos, pois esses dois meninos não nasceram um odiando o outro, mas foram aprendendo a cultivar esse sentimento! E quem terá sido que os ensinou?
Muito mais fácil era ter ensinado a amar, não era?! As crianças reproduzem aquilo que vivenciam, logo se vivenciam amor, só poderão amar!
Mas com o Alberto e o Bernardo foi diferente. Agora retifico o que escrevi logo ali, no segundo parágrafo: talvez tenha sido o ódio dos adultos que tenha contaminado o coração desses meninos.
Esse rancor, raiva, ódio gratuitos vão tomando conta, aos poucos, dos vizinhos, amigos, e mais tarde, quando Alberto e Bernardo se tornam adultos, de todo o mundo, que se divide em dois. E não é muito difícil de imaginar o que aconteceu: era inevitável a guerra. Pois ambos estavam tão cegos por esses sentimentos terríveis que não conseguiram enxergar a tempo outra solução de resolver suas diferenças.
Porém em algum momento de suas vidas, quando já velhos, cansados de tanto ódio, percebem o quão malvados e intolerantes foram um para com outro, e para com todos os outros, e acabam decidindo por tentar encontrar um meio de fazerem as pazes, de se respeitarem em suas diferenças, de conviverem apesar das diferenças!
Esses dois meninos, tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais, nos ensinam que na luta pelo poder não há vencedores, só há tristeza e dor; e percebem o tanto que perderam por passarem a maior parte da vida lutando por algo que não os acrescentara nada. Mas ao final, juntos e devagarzinho, eles encontram o caminho para a felicidade e paz!
Alberto e Bernardo nos mostram que nem tudo está perdido, o mundo pode ser melhor, se tivermos paciência e vermos que o mundo não teria graça se tudo fosse igual! Você não concorda?!!


P.S.: Não poderia deixar de comentar sobre as ilustrações, simplesmente M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A-S. Primeiro li o livro pelos desenhos! Quem observa as ilustrações não consegue não ler essa história!


Referência do livro: SISTO, Celso. Eles que não se amavam. Ilustrações de André Neves. 2 ed. Rio de Janeiro: Edigraf, 2009.


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