Estrelas tortas
Quem é que nunca pensou que a vida de outrem é melhor que a sua? Mas se pararmos para pensar nem estamos com aqueles 24 horas, nem sabemos dos seus sonhos, medos, possibilidades, limitações, problemas...
É esse pensamento que Gui passa a ter depois que sua irmã, a Marcella, sofre um acidente que muda radicalmente a vida de toda a família.
Antes do acidente, era a Marcella quem cuidava do irmão mais novo, agora é ele quem tem de cuidar dela.
Uma garota cheia de vida, sonhos e planos, vê seu futuro mudado, do qual não gosta nenhum pouquinho, e no início se recusa a aceitar o seu novo estado físico. Mas com a ajuda da família e de verdadeiros amigos vai aprender a reconstruir e reelaborar os seus planos.
A história é contada na visão de 8 (oito) personagens. Cada um coloca as suas impressões, e de maneira muito particular expõe seus sentimentos em relação à batalha enfrentada, principalmente, por Marcella. Temos o depoimento dos pais, de amigos, de novos amigos conquistados depois do acidente, e do irmão de Marcella, o Gui.
É Guilherme que nos impressiona com suas atitudes, e nos dá um banho de compaixão e amor pelo próximo, não só porque Marcella é sua irmã, mas porque ele entende que “...a gente é como um pedaço da noite./De longe, estrelas perfeitas./De perto, estrelas tortas.” Já explico!
Quando não convivemos diariamente com pessoas que achamos que tem a vida “melhor” que a nossa, elas são, para nós, como estrelas perfeitas, mas ao observarmos uma estrela com um telescópio, vemos que até elas tem suas imperfeições.
A vida é assim, todos temos dificuldades, limitações, mas o que decide se a nossa vida valerá a pena é a nossa vontade de viver.
Gui ajudou Marcella a perceber isso. E ao invés de ficar se lamentando por ter ficado paraplégica, Marcella descobre que apesar de não poder andar, ainda pode voar, e voando pode chegar muito mais longe do que imaginava ser capaz.
Essa história é muito parecida com uma novela que já passou na televisão brasileira, será que vocês lembram? Mas a do livro é muito melhor, porque apresenta um contexto mais real, está muito mais para a realidade do que para a ficção. Pois como podemos observar pela leitura do livro, ter uma deficiência física e lidar com esta não é tão fácil assim.
Os personagens conseguirão construir relações muito melhores e mais transparentes a partir desse acontecimento, e com a ajuda de pessoas que realmente se importam e gostam de Marcella, ela não se conformará com seu estado e conseguirá superá-lo com determinação.
Referência do livro: CARRASCO, Walcyr. Estrelas tortas. 2 ed. São Paulo: Moderna; 2003.
Marcia Pereira
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